No episódio #7 do podcast CTRL ENTER, o professor do IDP e apresentador, Leonardo Monastério, recebeu Álvaro Justen, também conhecido como Turicas, ativista e colaborador em vários projetos de software livre há mais de 10 anos, phytonista, disseminador do Arduino, entusiasta de metodologias ágeis e um dos fundadores do brasil.io, site que hospeda diversas bases de dados liberadas.
A trajetória e motivação de Turicas
Álvaro conta que começou a programar aos 14 anos de idade e sempre teve interesse em aprender sobre novas linguagens. Em 2005, começou a aprender sobre Phyton ao se identificar com linguagem e, nesta época, já estava envolvido com software livre.
A ideia do brasil.io nasceu de uma necessidade pessoal de Álvaro ao precisar acessar alguns dados e viu que não era fácil encontrá-los em formatos válidos. Assim, Turicas começou a se envolver com a comunidade de dados abertos e iniciou o brasil.io com o objetivo de tornar os dados públicos mais acessíveis e de forma colaborativa para todas as pessoas.
“Tornar os dados de interesse público menos acessível é, de certa forma, elitizar a democracia”, diz Álvaro.
A relação com os órgãos do governo
“Em geral, a relação é tranquila, em exceção de alguns que precisam da lei de acesso a informação e recursos, como o caso da receita federal”, conta Álvaro.
O braisl.io possui em sua plataforma mais de 44 milhões de CNPJ brasileiros, assim como a relação dos sócios e suas as atividades empresariais. Essa base de dados do jeito que é apresentada hoje no site, há alguns anos, não estava disponível pela Receita Federal que fornecia uma base bastante simples e sem muitas informações. Visto isso, Álvaro com alguns amigos solicitaram o pedido de acesso a informação, o qual foi negado no primeiro momento. Depois de alguns recursos, a solicitação chegou na Controladoria Geral da União e, finalmente, eles receberam o acesso aos dados para que os fornecessem de forma mais fácil para quem precisasse.
Apenas depois do ocorrido, houve uma pressão pública e a Receita Federal passou a fornecer as informações no próprio site.
O futuro é Phyton?
Com a proporção que o Phyton possui hoje no mundo, Álvaro acredita que pode ser difícil ter uma migração de um sistema de uma linguagem para outra, pois pode gerar muitos custos as empresas que adotam a linguagem atual. Sendo assim, acredita que o Phyton deve continuar protagonista da ainda por bastante tempo, mas que outras linguagens podem vir a surgir de acordo com as necessidades. https://mostbet-games.net/pl/
O ativista ainda acredita que a principal questão de uma linguagem não é apenas a técnica, mas também a comunidade colaborativa, isto é, a troca de conhecimento e envolvimento entre as pessoas, por isso o Phyton também é muito forte. Hoje, na internet, você consegue achar respostas e soluções de forma muito rápida para a linguagem.
A base da COVID-19 e suas interpretações
Ao se deparar com uma base nova, existem algumas armadilhas para quem vai interpretá-la, como o problema de leitura, não conhecer a “sujeira” da base e não conhecer os processos de dados, o que pode causar algumas distorções em sua interpretação.
No caso da COVID-19, muitas pessoas acabaram interpretando de forma equivocada os dados, por não saberem as defasagens das bases.
O brasil.io é um site que sempre foi focado em criar programas que baixam e convertem os dados e disponibilizam os dados em sua plataforma e estão em busca do aprimoramento de como ajudar as pessoas a interpretar os dados.
Dentro do manifesto do site, eles relatam que tratar do acesso aos dados não é apenas tratar o seu formato, mas também o entendimento dos dados e da área em que os dados foram gerados.
Com a COVID-19 a necessidade de educar as pessoas a interpretarem os dados de forma correta ficou muito mais explícita, visto que muitas pessoas fazem perguntas especificas sobre a interpretação dos dados apresentados, segundo Álvaro. Para atender essa necessidade, foi criada uma documentação sobre os dados apresentados para que ajude as pessoas entenderem a regra do negócio e, assim, evitar a possibilidade de divulgação de notícias falsas e não entendimento a respeito do tema.
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