O Grupo de Estudos Direito, Economia e Gênero tem como objetivo discutir criticamente,
por meio da bibliografia selecionada, temáticas relevantes que tangenciam as relações
entre Direito, Economia e Gênero, no âmbito brasileiro e no âmbito internacional.
Parte-se da ideia de que, para que seja possível sequer imaginar uma sociedade economicamente mais igualitária sob a perspectiva de gênero, é preciso questionar os próprios pressupostos fundadores da tradicional metodologia econômica, bem como a neutralidade de seus conceitos e o modo como se consolidaram historicamente.
A hipótese ínsita às discussões do Grupo – a ser desenvolvida e demonstrada ao longos dos encontros – é que não só o feminismo e as mulheres se beneficiarão da abertura da economia às suas ferramentas e debates, mas que também a economia como disciplina acadêmica autônoma se beneficiará de tal diálogo, estando com isso mais preparada para enfrentar os grandes desafios – inclusive de equidade de gênero e de combate à desigualdade e à discriminação – que lhe serão impostos ao longo do século XXI.
Após referidas discussões iniciais, pretende-se navegar por alguns dos elementos centrais do debate contemporâneo que entrelaça os três campos do saber implicados, sendo o Direito o campo que articulará tais relações. Em especial, serão enfatizados temas como a origem ao menos parcialmente patriarcal de conceitos básicos da economia clássica, a divisão sexual do trabalho e sua relação com o contrato social, a economia do cuidado e a economia do afeto, o vínculo entre reprodução, trabalho doméstico e capitalismo, as fronteiras invisíveis e hoje também digitais do trabalho feminino, etc.
Por conseguinte, todos temas a serem mediados, compreendidos e eventualmente enfrentados e julgados também pelo Direito e pelos operadores e operadoras do Direito. Ao fim e ao cabo, incluir feminino e feminismo nos atuais debates jurídicos e econômicos consiste, sobretudo, em globalmente levarmos a sério a linguagem dos direitos, assim como também significa pensar que teorias da justiça e políticas econômicas legítimas somente são justas quando incluem mulheres na equação.
Para participar não é preciso que os alunos e alunas tenham quaisquer aprofundamentos ou conhecimentos prévios em economia ou em teorias feministas.
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