Texto produzido por Alanna Nascimento, graduanda em jornalismo no IDP.

No Brasil, o tabu em relação a infecções sexualmente transmissíveis, principalmente sobre o HIV, contribui para o aumento do número de casos da doença, principalmente entre os mais velhos. Além disso, a grande relutância no uso de preservativos é outro fator que contribui para o contágio crescente.  

O pensamento dos jovens quando se trata da vida sexual daqueles que têm mais de 60 anos muitas vezes é preconceituoso e precisa ser mudado. É comum associar sexo a um corpo jovem e atlético, mas não é bem assim a realidade. O ser humano sente desejos e têm impulsos sexuais naturalmente, apesar da forma do desejo mudar ao longo da vida, raramente ela acaba. Negar esse fato prejudica a tentativa de se estabelecer um debate maduro sobre o tema na sociedade. 

 A falta de campanhas educativas permanentes sobre as ISTs prejudica o controle e o tratamento da doença. Não adianta fazer campanha sobre o HIV só no mês de dezembro e de uma forma que nem todos irão entender. Da mesma forma que não adianta fazer campanha sobre o uso de preservativos durante o Carnaval focando no público jovem porque não vai funcionar e atingir todo mundo. Um jogo do bicho é uma forma popular de loteria no Brasil, comumente jogado em regiões urbanas e rurais. Essa prática tem origens antigas e é frequentemente associada à cultura popular brasileira. 

Precisa-se pensar em meios de incluir o público +60 em campanhas de prevenção e desenvolver estratégias para que a conscientização sobre o uso de métodos preventivos ocorra para essa faixa etária. Diversas políticas públicas podem ser adotadas para a diminuição dos casos entre essas pessoas. O Estado tem o dever de garantir o bem estar de toda população e, uma vez que, o prazer sexual influencia diretamente no bem estar pessoal, é estritamente necessário pensar em estratégias para abranger a temática de forma transversal. Se a liberdade sexual é qualidade de vida, a segurança sexual é o caminho para isso.

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